quarta-feira, 24 de março de 2010

Estamos de volta!

Depois de oito meses em obras, nossa biblioteca finalmente volta a funcionar. Na reinaguração, dia 11 de abril, vamos exibir um filme e apresentar os novos livros do acervo. E depois teremos o lanchinho de sempre, com muito bolo e pipoca!

A extensão da nossa velha venda de beira de estrada ficou ótima. Olha aí na foto! Agora temos mais espaço e conforto. A sala da frente continua abrigando os livros; a do meio também receberá livros e continuará a ser o espaço dos nossos lanches e bate-papos. Mas a novidade mesmo é a sala dos fundos. Ali vamos passar os filmes, encenar peças de teatro e instalar um computador com acesso à internet, para a garotada ter seus primeiros contatos com o mundo da informática.

A programação dos próximos meses ainda está sendo fechada. Mas já está confirmada para 27 de junho uma oficina literária comandada pela Angela Dutra de Menezes e a Solange Noronha, que virão do Rio especialmente para isso. Vai ser muito divertido, porque as duas são mestras em fazer rir. Angela vai nos contar trechos de seu livro "O português que nos pariu", uma versão amalucada de episódios da História do Brasil. Solange vai comandar jogos e brincadeiras envolvendo livros e palavras.

Salvo pelos livros

Vilmar Berna é jornalista ambiental e mora em Niterói. Reconhecido e respeitado pelos colegas, recebeu anos atrás um prêmio internacional da ONU por sua contribuição ao meio ambiente no Brasil.

Recentemente o Vilmar decidiu contar sua biografia num blog. Só então os colegas ficaram sabendo que ele tinha tudo para não ter dado certo na vida. Podia ter virado bandido, talvez até morrido jovem, como tantos com história parecida.

O que o salvou foram os livros.

Vilmar nasceu numa família muito pobre e desestruturada. Aos 5 anos, vivia com o pai e os dois irmãos menores num barraco, de onde fugia pela janela para pedir comida na vizinhança. Depois passou por muitas casas e abrigos para crianças desamparadas. De vez em quando, o pai o pegava de volta. Punha-o para trabalhar vendendo coisas nas ruas. Quando perdia a mercadoria, tomava uma surra de cinto.

Pensava que a mãe tinha morrido num incêndio. Aos 13 anos ele a conheceu. Foi a única vez que a viu, pois logo ela sumiu de novo. Aos 14, foi internado na Febem, instituição para menores infratores conhecida no Brasil inteiro como "fábrica de criminosos". Ali passou o aniversário de 15 anos de castigo na solitária.

Mas foi ali também que os livros entraram em sua vida. Descobriu que gostava de ler ao receber um livro de uma assistente social. Não parou mais. Cometia pequenas infrações de propósito para ser levado à solitária. Assim ficava longe da violência dos colegas e dos guardas. E podia ler em paz.

Com os livros Vilmar aprendeu a ler, a escrever, a sonhar e a ser livre. Aprendeu a ser quem ele é hoje.

Quer saber mais da história de vida do Vilmar? Vai lá em http://escritorvilmarberna.blogspot.com/