quarta-feira, 28 de julho de 2010

Delícia de brincadeira

É muito difícil contar como foi um acontecimento quando se está bem no meio dele, participando de tudo. Um repórter, quando escreve sobre algo que aconteceu, geralmente ficou de fora, apenas observando, prestando atenção em cada detalhe que depois vai descrever para o leitor, ouvinte ou telespectador. Também é comum ele contar com um fotógrafo ou cinegrafista, que fará o registro das imagens enquanto as coisas estiverem acontecendo.

No caso desta repórter aqui, as emoções atropelaram tudo.


A amiga e colega Angela Dutra deu início à oficina Brincando com as Palavras na Biblioteca do Dezessete, contando — e mostrando no mapa — a trajetória da Língua Portuguesa até chegar ao Brasil e se transformar no que é hoje. Quando ela me chamou para mostrar como as palavras podem dar asas à imaginação, comecei a ser apresentada aos frequentadores do Dezessete, a me entrosar, me envolver e a me surpreender com eles por mil motivos — entre os quais a simpatia com que me receberam, a criatividade que expressavam cada vez mais e mais e a riqueza de vocabulário.

Esta foi surgindo na proposta de se demonstrar, com a participação de todos, como qualquer um pode criar uma história — e, da brincadeira, acabaram nascendo quatro, sendo que a terceira ainda contou com a colaboração da própria Angela e da Leida, vizinha da Biblioteca que foi visitar o lugar e seus criadores, o casal David e Terezinha, amigos mais que especiais.


As surpresas não pararam por aí. A outra proposta era encontrar o máximo de palavras “escondidas” em duas palavras grandes. E também descobrir que palavras eram essas, pois as letras estavam embaralhadas em cartazes separados. Dividida em dois grupos — maiores e menores de 13 anos, com três mães distribuídas entre eles para equilibrar o número de participantes — a garotada, em pouco tempo, encontrou quase o mesmo número de palavras que a “autora” da brincadeira — eu — levou dias pensando e anotando no papel!

Logo no início, Jackson encontrou “pássaro”, abrindo caminho para Edinalva ganhar um brinde por decifrar a palavra-chave do seu grupo, “passarinho”. No lado dos mais jovens, Letícia também não demorou a ser premiada por achar “borboleta”. A brincadeira, no entanto, continuou e chegou ao empate técnico de 39 palavras a 38 — e só foi interrompida porque já ia escurecer e ainda havia um gostoso lanche à espera dos brincantes (eu aí incluída).


Alguém então lembrou à “repórter” que a máquina tinha ficado esquecida no fundo da mochila — e as fotografias, ao contrário das palavras, acabaram sendo poucas. Desculpe, pessoal, mas estava tão bom que esqueci da vida. Aprendi palavra nova — “boleba” (o mesmo que bola de gude) — e muitas outras coisas — algumas até mesmo sobre mim, pois foi minha estreia nessa atividade, que espero repetir. Foi uma delícia brincar com vocês!

Contando histórias

Criação coletiva dos participantes da oficina Brincando com as Palavras, realizada no dia 25 de julho, as histórias abaixo estão na ordem em que foram feitas e identificadas pelo nome de seus protagonistas.

Seus autores são: Tainá (participação afetiva — por ser a menorzinha da turma, foi ninada pelas criações dos colegas), Davi, Jussara, Bruna, Roberta, Camila, Edinalva, Mara, Maria do Carmo, Jackson, Vinícius, Maria Aparecida, Vítor, Edimilson, Ediane, Carine e Letícia.

A princesa e o rei
Era uma vez uma princesa chamada Tainá, que foi caminhar na floresta. Lá, ela encontrou o rei Davi. Os dois foram passear juntos e viram os animais, que estavam fugindo de uma bruxa. A princesa e o rei acharam um cavalo branco, fugiram correndo, mas correram tanto que caíram e se machucaram. A bruxa os alcançou e os transformou em pedra. Mas apareceu uma fada, que quebrou o feitiço. A princesa e o rei morreram e viraram estrelas: a estrela Tainá e a estrela de Davi.


O ursinho panda
Era uma vez um ursinho panda que estava sendo perseguido por dois caçadores. Ele correu para a mata e entrou num buraco. Como o buraco tinha um túnel, o ursinho conseguiu sair do outro lado, mas foi picado por uma cobra, ficou tonto e desmaiou. Então apareceu um índio, que o socorreu e levou para a tribo. O ursinho foi tratado, ficou bom e voltou para a mata, para encontrar a mãe dele. Os dois foram juntos para casa e viveram felizes.

O chapeleiro
Era uma vez um chapeleiro que morava na cidade de Madalena. Mas ele não tinha condições de fazer mais chapéus, porque já estava cansado. O chapeleiro, porém, tinha um filho, que resolveu montar uma fábrica. Para isso, ele viu que ia precisar de muitas pessoas. A fábrica começou a vender tanto que passou a exportar e a comprar caminhões para distribuir a produção e a cidade começou a enriquecer. Sempre com o filho do chapeleiro no comando, a fábrica foi crescendo e ganhando vários departamentos, sendo um especial só para bonés (mas o Edimilson não comprava lá...). Começou a vir gente de fora para a cidade e a família ficou muito bem. O filho ajudava todo mundo e o pai ficou muito feliz. Num dia chuvoso, o chapeleiro morreu, tranqüilo.


O morto-vivo
Era uma vez um morto-vivo que estava atrás da fórmula da ressurreição. Ele queria ser livre e conseguiu achar a fórmula, que o transformou num homem lindo. O homem arrumou uma princesa para ele e os dois foram viver juntos e felizes. Só que a fórmula tinha um prazo de validade. Então, ele resolveu fazer tudo a que tinha direito e aproveitar o tempo que lhe restava. Quando voltou a ser um morto-vivo, porém, ele estava mais vivo. E resolveu fazer outra fórmula, agora melhor, sem prazo de validade. Quando conseguiu, foi um sucesso: ele filmou “Thriller” com o Michael Jackson e apareceu no mundo inteiro, no cinema e na televisão.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Brincando com a História


A garotada que frequenta a Biblioteca Juvenil do Dezessete vai receber no dia 25 de julho a escritora Angela Dutra de Menezes e a jornalista Solange Noronha. Elas vêm do Rio para fazer uma oficina literária aqui na nossa Roça.


Angela vai falar sobre episódios da História do Brasil, a partir da pesquisa que fez para seu livro de maior sucesso, "O português que nos pariu". A segunda edição da obra está nas livrarias. Quem quer se informar e dar boas risadas não pode perder.


Solange vai comandar jogos e brincadeiras com palavras, com brindes para os vencedores de cada faixa etária.


É diversão garantida.

Caminhos da mata



Dia 15 de agosto vai acontecer a II Caminhada Eco-Rural do Dezessete, aqui em Santa Maria Madalena. É promovida pela Fazenda Boa Fé, com o apoio do movimento Anda Brasil. Pessoas de todas as idades podem participar.


Os caminhantes serão recebidos nos sítios e fazendas das redondezas, inclusive na nossa Biblioteca Juvenil do Dezessete, onde haverá um ponto de parada para descanso e água fresca.


A participação é gratuita, mas quem adquirir o kit de camiseta e almoço na Fazenda Boa Fé estará ajudando o Hospital do Câncer de Barretos (SP) e o Asilo de Idosos de Madalena.


Quem quiser se inscrever pode mandar e-mail para te.costa@terra.com.br, que a gente encaminha.