É muito difícil contar como foi um acontecimento quando se está bem no meio dele, participando de tudo. Um repórter, quando escreve sobre algo que aconteceu, geralmente ficou de fora, apenas observando, prestando atenção em cada detalhe que depois vai descrever para o leitor, ouvinte ou telespectador. Também é comum ele contar com um fotógrafo ou cinegrafista, que fará o registro das imagens enquanto as coisas estiverem acontecendo.
No caso desta repórter aqui, as emoções atropelaram tudo.
A amiga e colega Angela Dutra deu início à oficina Brincando com as Palavras na Biblioteca do Dezessete, contando — e mostrando no mapa — a trajetória da Língua Portuguesa até chegar ao Brasil e se transformar no que é hoje. Quando ela me chamou para mostrar como as palavras podem dar asas à imaginação, comecei a ser apresentada aos frequentadores do Dezessete, a me entrosar, me envolver e a me surpreender com eles por mil motivos — entre os quais a simpatia com que me receberam, a criatividade que expressavam cada vez mais e mais e a riqueza de vocabulário.
Esta foi surgindo na proposta de se demonstrar, com a participação de todos, como qualquer um pode criar uma história — e, da brincadeira, acabaram nascendo quatro, sendo que a terceira ainda contou com a colaboração da própria Angela e da Leida, vizinha da Biblioteca que foi visitar o lugar e seus criadores, o casal David e Terezinha, amigos mais que especiais.
As surpresas não pararam por aí. A outra proposta era encontrar o máximo de palavras “escondidas” em duas palavras grandes. E também descobrir que palavras eram essas, pois as letras estavam embaralhadas em cartazes separados. Dividida em dois grupos — maiores e menores de 13 anos, com três mães distribuídas entre eles para equilibrar o número de participantes — a garotada, em pouco tempo, encontrou quase o mesmo número de palavras que a “autora” da brincadeira — eu — levou dias pensando e anotando no papel!
Logo no início, Jackson encontrou “pássaro”, abrindo caminho para Edinalva ganhar um brinde por decifrar a palavra-chave do seu grupo, “passarinho”. No lado dos mais jovens, Letícia também não demorou a ser premiada por achar “borboleta”. A brincadeira, no entanto, continuou e chegou ao empate técnico de 39 palavras a 38 — e só foi interrompida porque já ia escurecer e ainda havia um gostoso lanche à espera dos brincantes (eu aí incluída).
Alguém então lembrou à “repórter” que a máquina tinha ficado esquecida no fundo da mochila — e as fotografias, ao contrário das palavras, acabaram sendo poucas. Desculpe, pessoal, mas estava tão bom que esqueci da vida. Aprendi palavra nova — “boleba” (o mesmo que bola de gude) — e muitas outras coisas — algumas até mesmo sobre mim, pois foi minha estreia nessa atividade, que espero repetir. Foi uma delícia brincar com vocês!
Que bacana! Pena eu estar tão longe de vocês ...
ResponderExcluirGostaria de participar de "brincadeiras" como essa.
Parabéns a todos envolvidos!
No próximo evento, em agosto, nossos "escritores" vão se transformar em "ilustradores". Vão fazer desenhos para ilustrar as historinhas que criaram. Aguardem!
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