quarta-feira, 17 de novembro de 2010

FLIM: O encanto das palavras

Solange Noronha veio do Rio para comandar a brincadeira de caçar palavras e a criação de histórias. Na primeira, foi uma gritaria só. O pessoal se animou e as palavras escondidas nas letras embaralhadas eram disparadas uma atrás da outra. Solange mal tinha tempo de anotar cada palavra descoberta. Na criação coletiva de histórias, em que cada participante é convidado a inventar um pedaço da narrativa, foram produzidas duas histórias. Veja só como a imaginação correu solta:

Os dois Papais Noel

Era uma vez um Papai Noel que estava viajando pelo mundo, comprando presentes para distribuir no Natal. Um dia, ele encontrou outro Papai Noel e comprou um presente para ele.

Os dois, então, começaram a disputar para ver quem conseguiria comprar mais presentes. O primeiro comprou um sino grande e bem bonito, para chamar a atenção. O outro, como não conseguiu mais achar sinos à venda, comprou um trenó, também muito bonito.

Depois de comprarem muitos presentes, os dois decidiram ir para a
balada. O primeiro Papai Noel tirou do seu saco de presentes um sonzão e pôs pra
galera um rock heavy metal. O som do Metallica atraiu uma bela Mamãe Noel, que ficou com ele. O outro também resolveu arrumar alguém e conheceu uma gatona
coroa (a gatosa, gata idosa).

Dali, os quatro foram para um show do Evanescence e curtiram e namoraram bastante. Depois, cada um foi pra sua casa, cada Papai Noel levando seus sacos de presentes.

No dia seguinte, o primeiro Papai Noel acordou tarde e saiu para comprar renas. Quando chegou, porém, o outro já tinha levado todas. Ele saiu meio desanimado, mas encontrou um unicórnio para puxar seu trenó. Só que o unicórnio acabou empinando e derrubou o Papai Noel, que saiu rolando e quebrou uma costela.

Finalmente chegou o Salva Papai Noel — carro do SOS Natal que não é branco como as ambulâncias, mas verde e vermelho — e resgatou o Papai Noel com seu guindaste.

O outro Papai Noel foi visitar o colega no hospital e combinou de dividir com ele as suas renas. Assim, os dois se juntaram para se ajudar e levar os presentes para as crianças pobres. E ficaram amigos para sempre.

As duas princesas

Era uma vez uma princesa chamada Juliana, que morava num castelo com muitas flores e lindos jardins. Mas ela gostava mesmo era de ficar à toa dentro de casa, sem fazer nada, ou ir passear no shopping.

Um dia, chegou um príncipe, Patrick, e ela ficou doida quando o viu. Foi paixão à primeira vista, mas ele já estava envolvido com outra princesa, Ediane, que adorava cultivar flores.

Certo dia, as duas princesas se encontraram e, como eram amigas, propuseram fazer uma aposta para ver quem ficaria com o príncipe: quem preparasse o prato mais saboroso, que mais agradasse Patrick, seria a sua namorada.

Elas fizeram bife, batata frita, arroz, galinha, strogonof, pudim, sorvete, pavê, doce de coco e bolo de chocolate. Tudo foi exposto em duas mesas maravilhosas e Patrick ia provando um pouco de cada uma. Mas cada comida era melhor que a outra e ele ficou na dúvida, não sabia a quem escolher. O príncipe já ia fazer um “mamãe mandou eu escolher” quando a mãe da princesa, muito esperta, propôs fazer um cara ou coroa. Pegou então a sua moeda da sorte, que, na verdade, tinha cara dos dois lados.

Patrick topou e, é claro, a princesa Juliana, que era mesmo apaixonada por ele, venceu a disputa. Ediane saiu perdendo, mas não ficou triste e foi passear nos jardins, onde encontrou outro príncipe, Saulo Albert, irmão de Patrick. Ediane ficou com ele, casou-se, pegou todo o seu dinheiro... e fugiu.

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